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O Japão deve cancelar as proibições de exportação de armamentos.

O Japão, apesar das restrições sobre exportações de armas e rearmamento, em vigor há muitos anos, tem uma indústria militar surpreendentemente forte. O país é capaz de produzir praticamente todo o espectro de armamentos para o Exército, inclusive veículos blindados, artilharia e mísseis táticos, vários sistemas de defesa aérea, aviões de combate, submarinos, navios de superfície e respectivos armamentos. A indústria japonesa é comparável ou mesmo excede em suas capacidades a indústria militar de grandes exportadores de armas como a França e o Reino Unido.

Ao mesmo tempo, devido ao elevado custo de mão-de-obra e recursos, bem como aos pequenos volumes de produção, as armas japonesas são extremamente caras. Por exemplo, o tanque japonês do tipo 10 custa mais de 11 milhões de dólares, quase duas vezes mais que o Leopard 2A6 alemão. Dada a falta de grande experiência do país em exportação de armas, não se espera um sucesso rápido das armas japonesas nos mercados mundiais. Ao mesmo tempo, o Japão terá novas oportunidades de participar em projetos multilaterais de desenvolvimento de novos tipos de armamentos, realizados pelos países ocidentais. Tendo uma indústria forte, o Japão pode se tornar um fornecedor de sistemas-chave, em particular de componentes eletrônicos e motores, bem como de alguns tipos de materiais para sistemas estrangeiros de armamentos.

Além disso, as novas regras permitirão ao Japão fornecer armas em forma de ajuda. Neste caso, o elevado custo das armas japonesas não fará grande diferença. O Japão poderá começar a fornecer aos seus potenciais parceiros na Ásia, como as Filipinas, armas e equipamentos de suas próprias reservas. Em princípio, uma tal cooperação poderá começar com fornecimentos de sistemas de armamentos relativamente simples para a Exército e guarda costeira, e depois passar para sistemas mais sensíveis, como mísseis anti-navio.

Como fornecedor de componentes, o Japão poderá participar ativamente na modernização militar da Índia. Isso serviria os objetivos japoneses de contenção da China. Tóquio já deu os primeiros passos para intensificar a cooperação técnico-militar com a Nova Deli: em janeiro, a empresa japonesa ShinMaywa Industries assinou com o governo indiano um acordo de trabalho conjunto sobre um projeto de hidroavião.

A exportação de armas e tecnologias militares pode se tornar um novo instrumento eficaz da política externa japonesa e irá facilitar o processo de formação na Ásia de sistemas de alianças em oposição. Podemos supor que a China, por seu lado, intensificará a ajuda militar a países em desenvolvimento para reduzir a atratividade das propostas japonesas.

Fonte:

 Vassili Kashin

Voz da Rússia

http://portuguese.ruvr.ru/2014_04_01/japao-cancela-proibicao-de-exportacao-de-armas-7801/

Editor-Chefe: Prof. Eduardo Siqueira Brick
Portal do UFFDEFESA. 

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