O VII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (VIIENABED), realizado em Belém do Pará, de 5 a 8 de agosto de 2013, ofereceu três eventos tratando da Base Logística de Defesa, sendo um deles uma mesa redonda e os demais simpósios temáticos.
MESA REDONDA
“Defesa, Desenvolvimento e Política Externa: o papel da Base Logística de Defesa”, com os seguintes subtemas:
• Economia de defesa: BLD e desenvolvimento
• Indústria de defesa como instrumento de política externa
• BLD na capacitação nacional em ciência, tecnologia e inovação de interesse da Defesa
• BLD e perspectivas para a Amazônia.
Organizador e Moderador: Professor Eduardo Siqueira Brick, UFFDEFESA
Composição da Mesa:
Hélène Masson, Fondation pour la Récherche Strategique
Cláudio Ferreira da Silva, ABDI – Agência Brasileira para o Desenvolvimento Industrial
José Zeno Fontana, FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos
A pesquisadora Hélène Masson apresentou a situação da Indústria de Defesa européia e descreveu a evolução da estrutura de governança sobre a BLD na França, até a criação da Délégué Général pour L’Armement – DGA.
Apresentação feita por Hélène Masson:
Industrias de defesa na França e na Europa: surgimento, mutações, perspectivas de evolução.
Os demais apresentadores, Cláudio Ferreira da Silva da ABDI e José Zeno Fontana da FINEP apresentaram as ações realizadas por essses órgãos em benefício da BLD brasileira.
O representante da FINEP informou sobre os resultados preliminares do edital do Programa INOVA EMPRESA: DEFESA e AEROESPACIAL que apresentou uma demanda muito superior aos recurssos incialmente disponíveis de R$2,9 bilhões.
A demanda do Plano de Apoio Conjunto Inova Aerodefesa, lançado recentemente pela FINEP, em parceria com o BNDES, Ministério da Defesa e Agência Espacial Brasileira (AEB), superou em 4,4 vezes a verba de R$ 2,9 bilhões disponível no edital. Ao todo, foram encaminhadas 285 cartas de manifestação de interesse, das quais 90 de empresas líderes, 117 de empresas parceiras e 78 de Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs). As propostas totalizaram cerca de R$13 bilhões.
A finalidade do edital é selecionar planos de negócio de empresas brasileiras que contemplem projetos de inovação nas quatro linhas temáticas: Aeroespacial, Defesa, Segurança e Materiais Especiais. A ideia é incentivar o adensamento de toda a cadeia produtiva destes setores, considerados estratégicos dentro do Plano Inova Empresa, do Governo Federal.
Empresas inicialmente selecionadas.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 10: BASE LOGÍSTICA DE DEFESA
COORDENAÇÃO:
Eduardo Siqueira Brick (UFFDEFESA)
Marcos José Barbieri Ferreira (UNICAMP)
Rodrigo Fracalossi de Moraes (IPEA)
Dentre as várias dimensões do Poder Nacional, destacam-se os aspectos técnicos, econômicos, legais, orçamentários, de relações internacionais e de financiamento de CT&I, base industrial e capacidade de mobilização de recursos de toda a ordem para enfrentar situações que requeiram o emprego das Forças Armadas. Todos esses aspectos estão cobertos no conceito de Base Logística de Defesa (BLD). Este é um instrumento tão essencial para a defesa de um país do porte do Brasil quanto são as suas próprias Forças Armadas. Este simpósio se destina a todos os interessados na reflexão acerca da criação e da sustentação de uma BLD adequada ao provimento de meios para compor as Forças Armadas brasileiras e sustentar suas operações, considerando as necessidades geradas pela defesa nacional, a nova estatura econômica do Brasil e a sua declarada intenção de alterar as condições atuais em que se processa sua inserção no Sistema Internacional.
Foram submetidos oito trabalhos.
Brick, E.S. A QUARTA FORÇA: UMA DECORRÊNCIA DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA?
Ferreira, M.J.B. O DESEMPENHO COMPETITIVO DA DASE INDUSTRIAL DE DEFESA E A LEI 12.598.
Leske, A.D.C e Cassiolato, J.E. INOVAÇÃO NA INDÚSTRIA DE DEFESA BRASILEIRA.
Nogueira, W.S. F. O DESENVOLVIMENTO DA BLD NAVAL E A AUTONOMIA DA MARINHA DO BRASIL.
Praia, C.R. REVISÃO DA POLÍTICA DE DEFESA DO GOVERNO BRASILEIRO À LUZ DO CONCEITO DA BASE LOGÍSTICA DE DEFESA
SIMPÓSIO TEMÁTICO 17: GEOPOLÍTICA E GEOECONOMIA DE DEFESA
COORDENAÇÃO:
LuizPedone (UFF/INEST)
Alex JobimFarias (UFF/INEST)
William de Sousa Moreira (EGN/INEST)
Esse simpósio temático procura abordar os principais problemas e desafios contemporâneos relacionados com a indústria de defesa de forma comparada em países do 1º tier, 2º tier, países emergentes, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e países com complexos industriais-militares de menor escala. A problemática envolve a discussão geopolítica e geoeconômica da indústria de defesa internacional, com o estudo das diversas políticas de defesa e sua relação com os interesses das indústrias de defesa estudadas, tendo sempre em vista a perspectiva da Política Internacional. Além dessas questões, novas linhas de pesquisa estão presentes no atual comércio de armas como: a) Políticas de Defesa; b) Aquisições de Equipamento Militar e Re-Transferências (vendas de equipamento de segunda mão); c) Economia da Defesa; d) Ciência e Tecnologia em Defesa, Transferência de Tecnologia e Acordos de Co-produção de Equipamentos Navais, Aeroespaciais e da Forças Terrestres; e) Dual-Use Tecnologies; f) Cerceamento Tecnológico; g) Integração de Sistemas; h) Treinamento e Capacitação; i) Softwares e Códigos-Fonte; e a j) Revolução nos Assuntos Militares (RAM) possuem diferentes impactos na relação entre as Nações. Os impactos das transferências de armas dependem de diversas racionalidades, que vão desde a geopolítica (fomentar aliados, balança de poder e ascensão de grandes potências) à geoeconomia (exportação para manutenção de empregos e geração de receitas, subsidiar desenvolvimento de novas tecnologias), o que tornam essas questões cruciais para análise e o entendimento das políticas de defesa em perspectiva comparada, e da Política Internacional de forma geral. O público alvo desse ST compreende, além dos acadêmicos, profissionais civis e militares do setor no governo e nas empresas.