Escolha uma Página
Forças Armadas de Israel mudam ênfase da guerra motorizada para a cibernética e aérea

O planejamento de forças, adequadas aos objetivos e recursos nacionais e ao cenário geopolítico de um país, é o principal foco de uma estratégia voltada para a construção do poder. Esta depende de um processo de longo prazo, em que as decisões tomadas hoje, só terão efeitos décadas à frente. Por este motivo é muito importante ter uma visão, a mais correta possível, das evoluções na arte da guerra, principalmente aquelas de cunho tecnológico. Um erro de avaliação pode levar um país a se deparar com uma situação dramática, de descobrir, na “hora da verdade”, estar bem preparado para a guerra passada, mas totalmente vulnerável para o desafio presente.

O dilema é ainda maior, quando se sabe que os recursos para defesa, particularmente em um país como o Brasil, com muitas dívidas sociais, pouca cultura de defesa e nehuma ameaça premente, sempre serão escassos, o que aumenta a importância  de se fazer as escolhas certas.

As realidades nacionais, quer sejam  culturais,  econômicas, de desenvolvimento tecnológico e industrial e/ou geopolíticas, são certamente muito distintas e não se pode simplesmente importar soluções alheias.

O que chama a atenção, no caso de Israel é que, apesar de cercado por potenciais inimigos, dotados de expressiva capacidade militar covencional, particularmente terrestre, o país decidiu reduzir suas forças terrestres e motorizadas e se apoiar ainda mais nos meios aéreos e cibernéticos.

O Brasil se encontra em um momento muito importante, em que procura achar um novo caminho para sua defesa. As políticas recentes apontam para uma maior autonomia em relação aos fornecedores externos de armamentos e uma  grande aproximação estratégica com os países da UNASUL. Essa estratégia diminui consideravelmente a necessidade de um investimento significativo para a defesa das fronteiras terrestres contra ameaças de estados fronteiriços. Adicionalmente, a diferença de porte (populacional, econômico, industrial e tecnológico) do Brasil, em relação aos seus vizinhos, por si só, constitui relevante fator de dissuasão contra qualquer aventura bélica.  

Portanto, é mais do que oportuno um debate sobre os tipos de capacitações que as Forças Armadas terão que desenvolver para as duas próximas décadas, lembrando que, nesse prazo, a situação terá mudado radicalmente em relação ao que hoje podemos vislumbrar. A única certeza que podemos ter é a de que o desenvolvimento tecnológico trará grandes inovações com potencial de mudar radicalmente a maneira de conduzir a guerra. O exemplo de Israel é um indício muito claro da direção em que a arte da guerra está evoluindo. Em um cenário dinâmico como esse, não é sensato investir muitos recursos em ativos com grande potencial de obsolescência mas, sim, na criação de uma capacidade tecnológia e industrial capaz de promover inovação contínua.

Ver abaixo o artigo publicado pelo  Economist em 10/08/2013:

 http://www.economist.com/news/middle-east-and-africa/21583317-israels-armed-forces-are-shifting-emphasis-mechanised-warfare-toward-air-and

Editor-Chefe: Prof. Eduardo Siqueira Brick
Portal do UFFDEFESA. 

Skip to content