Uma questão extremamente relevante relacionada à Base Logística de Defesa (BLD) e que tem um impacto enorme no seu desenvolvimento e sustentação é a institucional. Ou seja, qual o melhor arranjo do ponto de vista de definição de responsabilidade e autoridade sobre o setor, sem esquecer a questão fundamental da imputabilidade (Quem responde pelo sucesso ou fracasso das ações de governo relacionadas à BLD?)?
No Brasil, hoje, existem pelo menos seis entes estatais com variados graus de responsabilidade e autoridade sobre assuntos pertinentes à BLD: Ministérios da Defesa (MD), Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além das três Forças Armadas (EB, MB e FAB), que detém grande autonomia em relação às “suas” BLDs. O resultado desse arranjo institucional é uma grande complexidade para a gestão da BLD, com a consequente perda de eficácia e eficiência.
Outros países adotam uma organização mais simples, com clara definição de responsabilidade, autoridade e imputabilidade, normalmente atribuida a um ente estatal fora do controle das Forças Armadas, separando as funções de Operações das de Logística de Defesa.
Em artigo apresentado no VII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, o professor Eduardo Siqueira Brick do UFFDEFESA faz uma análise comparativa das situações do Brasil, França, África do Sul e Índia e sugere a possibilidade de o Brasil adotar organização semelhante, tendo em vista o novo paradigma de defesa decorrente do enorme desafio estabelecido pela Estratégia Nacional de Defesa (END) para a Base Logística de Defesa Brasileira.
A Quarta Força: uma decorrência da Estratégia Nacional de Defesa?