A Governança da Logística de Defesa: uma análise comparativa da situação de Brasil, França e Suécia.
Mesa Redonda será realizada durante o VIII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (VIII ENABED), em Brasília, DF, de 8 a 10 de setembro de 2014.
Composição da mesa:
EDUARDO SIQUEIRA BRICK: Professor Associado 4 do Departamento de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil
CV RESUMIDO:membro titular da Academia Nacional de Engenharia, formado em Engenharia Elétrica-Eletrônica pela PUC/RJ, PhD em Engenharia de Sistemas pela US Naval Postgraduate School, USA, Capitão de Mar-Guerra da reserva do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, coordenador do Núcleo de Estudos de Defesa, Inovação, Capacitação e Competitividade Industrial (UFFDEFESA) e do Núcleo de Logística Integrada e Sistemas (LOGIS) da Universidade Federal Fluminense (UFF), professor credenciado do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção (mestrado e doutorado) e do Programa de Pós-graduação em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança (Mestrado) da Universidade Federal Fluminense (UFF), membro do Centro de Estudos Político-Estratégicos (CEPE) da Escola de Guerra Naval (EGN).
HÉLÈNE MASSON: Maître de recherche à la Fondation pour la recherche stratégique encarregada do Departamento de Indústria de Defesa, (FRS) Paris , França
CV RESUMIDO: Doutora em Ciência Política. Seus trabalhos tratam das questões industriais de defesa, políticas de aquisição e de P&D de sistemas de defesa, cooperação internacional em armamentos e controle de exportações. Também desenvolve atividades no l’Institut National des Hautes Études de la Sécurité et de la Justice (INHESJ). É autora do livro L’intelligence économique, une histoire française, Paris, Vuibert, 2012 é codiretora da publicação de L’intelligence économique. Quelles perspectives?, Paris, FRS/L’Harmattan, 2004
MARTIN LUNDMARK: deputy research director da Swedish Defence Research Agency (FOI).
CV RESUMIDO:). Possui PhD em Administração de Negócios pela Stockholm School of Economics. Sua tese com o título “Transatlantic Defence industry since 1998”, estudou a indústria de defesa internacional e as práticas de aquisição, pesquisa e inovação para defesa. Seu foco atual de interesse em pesquisa são os sistemas nacionais de inovação para defesa. Tem sido pesquisador visitante no MIT, Boston, e FRS, Paris. Atualmente também colabora com RSIS (Singapore), NUPI e NIFU (Oslo), FRS (Paris), Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro) e University of Vancouver.
Ementa
A Estratégia Nacional de Defesa (END) enfatiza que:
“Estratégia nacional de defesa é inseparável de estratégia nacional de desenvolvimento. Esta motiva aquela. Aquela fornece escudo para esta. Cada uma reforça as razões da outra. Em ambas, se desperta para a nacionalidade e constrói-se a Nação. Defendido, o Brasil terá como dizer não, quando tiver que dizer não. Terá capacidade para construir seu próprio modelo de desenvolvimento”.
Dentre as várias dimensões do Poder Nacional, destacam-se os aspectos de ciência, tecnologia e inovação, base industrial e capacidade de mobilização de recursos de toda a ordem para enfrentar situações de contingência. Esses recursos podem ser tanto humanos quanto quaisquer outros tipos de recursos tangíveis e intangíveis que possam ser usados para a defesa.
Todos esses aspectos estão cobertos no conceito de Base Logística de Defesa (BLD).
A Base Logística de Defesa é o agregado de capacitações, tecnológicas, materiais e humanas, necessárias para desenvolver e sustentar a expressão militar do poder, mas também profundamente envolvidas no desenvolvimento da capacidade e competitividade industrial do país como um todo.
Portanto, existe uma grande interdependência entre a Base Logística de Defesa e o desenvolvimento econômico, baseado em capacidade industrial para produtos de alto valor agregado. Assim, as políticas de defesa, industrial e comércio exterior e ciência tecnologia e inovação (CT&I) estão inexoravelmente entrelaçadas. Além disso, a indústria de defesa é importante instrumento de política externa.
Há de se chamar atenção para nove componentes da BLD, que apresentam aspectos distintos, mas que interagem com grande intensidade:
• a infraestrutura industrial da defesa;
• a infraestrutura científico-tecnológica da defesa;
• a infraestrutura de inteligência tecnológica para defesa;
• a infraestrutura de financiamento da defesa;
• a infraestrutura de mobilização para defesa;
• a infraestrutura para aprestamento de meios de defesa;
• a infraestrutura de comercialização de produtos de defesa
• A infraestrutura de gestão da aquisição de sistemas de defesa e do desenvolvimento e sustentação da base logística de defesa
• o arcabouço regulatório para sustentação e fortalecimento da BLD
A Base Logística de Defesa se constitui, junto com as Forças Armadas, nos dois principais instrumentos para a defesa de um país. Como tal, ela é de responsabilidade do Estado. Dessa forma a infraestrutura de gestão da aquisição de sistemas de defesa e do desenvolvimento e sustentação da base logística de defesa, acima relacionada como um dos 9 componentes da BLD, assume papel fundamental para a defesa e requer um corpo técnico altamente especializado capaz de cuidar desse assunto.
Robert Mc’namara, ex Secretário de Defesa americano, já dizia que a aquisição de sistemas de defesa é uma das atividades mais complexas a que o homem se dedica. Nos EUA somente para essa atividade existem mais de 150.000 pessoas. Na França e Reino Unido são dezenas de milhares de profissionais com formação nas várias engenharias, economia e administração.
Esta mesa tratará de discutir exatamente como os três países considerados (Brasil, França e Suécia) administram suas BLD e o desenvolvimento e aquisição de sistemas de defesa. Ou seja, como é feita a governança da BLD.