A logística de defesa depende fundamentalmente da capacidade industrial do país como um todo. Sob essa perspectiva, é importante conhecer como o país concebeu e implantou poíticas públicas destinadas ao desenvolvimento industrial.
O Brasil tem uma longa tradição de política industrial, baseada na estratégia de substituição de importações. Nem sempre a política industrial teve um papel determinante no direcionamento do processo de industrialização e há períodos em que outros fatores – a dinâmica macroeconômica e/ou mudanças no quadro institucional e regulatório – foram mais relevantes para o desempenho da indústria do que aquela política. Além disso, em diversas situações a política industrial efetivamente implementada, sujeita a fatores e circunstâncias variadas, distanciou-se da política industrial explícita, formulada em documentos programáticos.
Ainda assim, é inegável que a política industrial (explícita e implícita) desempenhou papel muito relevante na formação e consolidação de uma estrutura industrial bastante diversificada no Brasil. E o fez seguindo, em diferentes momentos históricos e sob regimes políticos diversos, uma estratégia de substituição de importações que combinava barreiras tarifárias e não tarifárias elevadas e uma política liberal relativa ao investimento direto estrangeiro.
Artigo de Eduardo Augusto Guimarães, Pedro da Motta Veiga e Sandra Polônia Rios, publicado pela Revista Brasileira de Comércio Exterior, analisa a experiência brasileira com políticas industriais.