Em 2008 o governo elaborou uma ambiciosa Estratégia Nacional de Defesa (END) para desenvolver a defesa nacional. Entretanto, passados mais de 10 anos, apesar de muitas das ações previstas terem sido iniciadas, o fato é que o que foi realizado está muito distante do que foi concebido e planejado.
O PAED – Plano de Articulação e Equipamento de Defesa foi apresentado ao Congresso sem que houvesse uma prévia definição das disponibilidades orçamentárias e sua implementação exigiria que o orçamento de defesa fosse pelo menos duplicado. Dessa forma, ficou evidente a sua inexequibilidade, um requisito essencial em qualquer planejamento. A sua adequabilidade também pode ser questionada, porque não está clara a ligação entre os meios pretendidos, as missões prioritárias para a defesa e as decorrentes capacidades militares necessárias. A definição dessas missões e das capacidades militares necessárias, precede a elaboração de um documento como o PAED e a participação do Congresso nesse processo é essencial. Constata-se, portanto, a existência de um problema nos processos de planejamento da defesa no Brasil.
Conforme mencionado por Henry E. Eccles, Rear Admiral USN, Ret., em seu livro Military Concepts and Philosophy, a causa raiz desse problema é a falta de uma base conceitual adequada e solida para orientar o planejamento:
“Sem um consenso sobre conceitos fundamentais, são remotas as possibilidades de se criar a harmonia de pensamento e de ação, que é essencial para se prover segurança nacional em um mundo confuso.”
Para tratar desse tema, O GIAMD Grupo de Interesse em Assuntos Marítimos e Defesa do Clube Naval, promoveu evento na sede social do Rio de Janeiro, Av. Rio Branco 180, 4o andar, para debater o Planejamento da Defesa em tempos de paz.
Na apresentação, feita no dia 25/11/2019, com o título “A Gestão Estratégica de Defesa em Tempos de Paz: Soluções de Compromisso entre Alternativas de Capacidades Militares Impostas pelo Orçamento” foram abordados entre outros um arcabouço conceitual, os processos envolvidos no planejamento e aspectos práticos que devem servir como orientação.
