Artigo DOD’s 2021 Budget Would Trim Arsenal, Shift Funds To Arms Development aborda mudanças nas alocações de recursos orçamentários para adequá-los à Nova Estratégia Nacional de Defesa.
Algumas partes do artigo foram realçadas e usadas nos comentários abaixo.
Maiores mudanças implicam na desativação de inúmeros sistemas atuais, alguns com menos de duas décadas de uso, com o propósito de liberar algumas centenas de bilhões de dólares para desenvolver novas armas.
Nas palavras do Secretário de Defesa Mark Esper, a implementação da Estratégia de Defesa de 2018 exigirá uma priorização implacável (“rutless priorization”). Isso, em um ambiente em que o orçamento de defesa para 2021 será de inimagináveis 740 US$ bilhões.
Embora a realidade brasileira atual seja muito diferente da americana, o Brasil é um país gigante, em termos populacionais, econômicos e territorial e não pode deixar de almejar desenvolver uma capacidade militar crível, e isso dependerá da materialização da Estratégia Nacional de Defesa em instrumentos de defesa (Forças Armadas e Base Logística de Defesa) adequados ao seu porte.
Três são as précondições para que isso possa ser feito.
Em primeiro lugar, é preciso entender que, para países com grande poder potencial e imensas riquezas a preservar, como é o caso do Brasil, não é mais possível possuir capacidade militar sem que os componente industrial, de ciência, tecnologia e inovação e gestão de aquisição nacionais existam. Ou seja, os meios devem ser majoritariamente concebidos, construídos e mantidos por organizações (empresas ou órgãos) nacionais. Para isso, o Estado necessita ter uma capacidade de gestão competente.
Em segundo lugar, é preciso que exista uma estratégia de longo prazo voltada para desenvolver e sustentar as capacidades operacionais de combate (Forças Armadas) e industriais, de inovação e gestão (Base Logística de Defesa). Sem essa moldura, todas as ações acabam se tornando erráticas e se anulando mutuamente.
Finalmente, são necessários orçamentos estáveis, previsíveis, adequados e oportunos. Os recursos financeiros para desenvolver e sustentar essa capacidade militar, no sentido amplo, tem que estar alocados no orçamento de defesa. Outros recursos, advindos de exportações ou comercialização de produtos de uso dual, são desejáveis, mas complementares.