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informe UFFDEFESA Setembro- Outubro 2017 (#031)

PORTAL  DA

LOGÍSTICA

DE DEFESA

Data:

04/11/17

 1) Artigo de Laxman Behera, pesquisador do Institute for Defence Studies and Analyses (IDSA) da Índia, analisa o sistema americano de gestão da logística de defesa (aquisição, tecnologia, logística, indústria) e procura extrair ensinamentos que possam ser úteis para reformar o sistema de aquisição de produtos de defesa da Índia. Tendo em vista as muitas similaridades entre o Brasil e a índia, esses ensinamentos podem ser úteis para a necessária reforma do sistema brasileiro. Essa necessidade fica mais uma vez evidenciada na matéria abaixo.

2) Pesquisador do UFFDEFESA, Eduardo Brick,  participou de mesa redonda na IV Jornada de Estudos Estratégicos organizada pelo MD, dia 26/10/17 em Brasília. A apresentação abordou o tema Defesa e o Desenvolvimento Brasileiro. 

Além de explorar a relação entre defesa e desenvolvimento, o apresentador chamou a atenção para uma grande incoerência na atual Política Nacional de Defesa (PND), que poderá trazer consequências muito negativas e sérias para a defesa do país.

A PND afirma que as políticas passadas resultaram em uma situação em que a Base Logística de Defesa brasileira não tem condições de suprir as FFAA com os meios que elas necessitam. Em face dessa realidade, define que nos próximos 20 anos esses meios terão que ser majoritariamente adquiridos no exterior. Ou seja, em vez de tentar mudar a política mal sucedida das últimas décadas, de compras de oportunidade e no exterior, que nos levaram à triste situação atual, reconhecida na própria PND, dobra a aposta e exacerba essa política, tornando-a oficial para as duas próximas décadas.

Incoerência maior não pode existir!!!!

Se a receita está matando o paciente não é lógico, nem sensato, continuar a aplicá-la.

Isso ocorre principalmente pela falta de uma organização no Estado Brasileiro, no âmbito do MD, com responsabilidade pela Logística de Defesa (principalmente aquisição, indústria, tecnologia) como ocorre, por exemplo, nos 10 países relacionados na apresentação do UFFDEFESA e outros mais.

Como consequência, as políticas industriais e tecnológicas espécíficas da defesa, acabam sendo definidas pela SEPROD, que é um órção político e não técnico. Como os titulares desse órgão têm normalmente pouquíssima, ou nenhuma experiência sobre logística e economia de defesa (que têm características muito diferentes das análogas civis) e são indicados pelo governo do momento (normalmente de partidos com visões diferentes sobre a defesa) é impossível se ter uma política de Estado e não apenas de governo. 

No caso da defesa, a continuidade  das políticas é essencial, tendo em vista os longos tempos de resposta para qualquer ação governamental nesse setor.

Para constatar essa descontinuidade basta ver o perfil altamente diversificado dos últimos titulares desse órgão. A consequência é que, o que um faz, o outro dezfaz e a política de defesa fica errática.

A política atual, prescrita na PND, comete o crime capital de confundir indústria de defesa com outros setores industriais, tratando todos da mesma forma. Isso jamais aconteceria se existisse um órgão do Estado, com profissionais qualificados para cuidar desse vital assunto para a defesa.

Fica, assim, mais uma vez evidenciada a necessidade de uma urgente reforma na estrutura de defesa brasileira.

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Editor-Chefe: Prof. Eduardo Siqueira Brick
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